terça-feira, 1 de julho de 2008

O estudo

No momento em que decidi que queria fazer da música a minha vida, optei por dedicar-me de corpo e alma ao estudo e prática da guitarra em particular, e da música em geral.
O processo é igual a tantos outros, demora o seu tempo até que as coisas saiam com alguma naturalidade e mais do que isso fiquem bem assimiladas.
Numa 1ª fase dediquei muitas horas diárias ao estudo daquilo que era a base e o começo do que eu achava fundamental para sustentar o meu conhecimento sobre a música.
Fundamentalmente, e em relação à guitarra, tratei mais da parte física e no restante (parte téorica) dediquei-me aos conceitos mais básicos. A parte física (falando concretamente da guitarra) é sem dúvida fundamental mas à medida que vou progredindo e principalmente tocando em concertos, ensaios, etc., sinto que a parte mental faz toda a diferença.
Manter níveis de concentração altos durante muito tempo é fundamental e nada fácil de se conseguir. Garantir no 1º segundo, em que começa um ensaio ou concerto, um nível de concentração alto também é algo com que travo duras batalhas até hoje. Sinto que nesse aspecto consegui progredir mais nos últimos tempos, acho que devido ao facto de pura e simplesmente ter-me apercebido que é um aspecto fundamental e obrigar-me a pensar nele assim que começo a tocar.
Quando estou alguns dias sem tocar, especialmente em situações que exijam concentracção e alguma tensão, sinto que a parte física recupera-se com alguma facilidade mas a "cabeça" demora mais tempo a ir ao sítio. Muitas vezes são os dedos a mandar e essa é uma péssima sensação para um músico.
Quando estou a tocar e consigo que a cabeça antecipe por um milésimo que seja aquilo que vai acontecer, a clareza, fluidez e lógica daquilo que toco é outra.
No entanto acho que as coisas só acontecem com alguma naturalidade depois de se forçar e insistir por mais estranho que pareça! Penso que o hábito é que acaba por tornarem naturais as coisas que à partida soam ou são estranhas.

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